3.3.09

pla metad das chances

...foi só quando percebeu que faltavam outros dois dentes da gengiva de baixo, mascando gosto de sangue pisado, que tomou a decisão de sair do meio da merda do cubículo onde estava, todo sujo, molambo trapo esfarrapado de si mesmo, cheiro de bicho doente, futum de desgraça no ar, desprezo dos outros - pelos outros -, acabou assim, vendido, calças arriadas, objeto quebrado, esparramado e suplicante de um pouco mais de ilusão, o que lhe resta até o próximo beco, até que o juízo, final, condescendente, lance-o de vez no abismo de seus piores pesadelos...

- música do post: "lover, you should've come over", Jamie Cullum

4 comentários:

Teresa disse...

ixiiiiii
deu até uma dor na gengiva quando você falou aí dos dentes quebrados heheh

=)

Jaya Magalhães disse...

Meu, que que é isso? Preciso dizer da enorme coinciência com um texto que escrevi a seis mãos, Alex.

Leia:

http://liricass.blogspot.com/2009/01/sobre-queda.html

E depois de ler, impossível não ver a comunhão dos sentires. Eu me li, aqui, hoje.

Beijos, querido.

Bill Falcão disse...

Cacilda!! Isso é o que se chama de um post valente!
Aquele abraço!

Jaya Magalhães disse...

Ah, que coisa! Você já havia lido o texto, e comentado. Rs. Perdão, Alex. O lado bom é que você foi lá e deixou uma mala de palavras bem vindas, pra mim.

Preciso confessar algo: eu não me aguentava de saudades dos teus comentários. E passei meses vindo aqui atrás de você, durante a ausência. Fiz-me preocupada, de verdade. Daí que agora, tendo você de volta - aqui, nesse desenhar de letras que só merecem ser lidas com atenção e reflexo único - e lá, com teus comentários que se iniciam e findam em reticências, é puro motivo de sorrisos.

Não sei explicar meu afeto. Ele existe, e só. Talvez isso faça sentido, ao pensar que nossos retalhos às vezes se unem numa colcha completa - e não deixo de me enfeitar com ela, jamais.

Uns muitos beijos de carinho, pra você.

P.S.: Fechei os olhos para não ler correndo o texto acima. Volto para fazê-lo.