10.3.08

bicho-gente

...dos vestígios da causa, efeito. Então o metrô parou. Saiu. As outras estátuas humanas também. Pelo mesmo buraco, caminho, resquício de passagem passavam passageiros espremidos de si-mesmos, comprimindo sensações em kbits que era pra caber tudo, bem compactadinho, des-frag-men-ta-do. Coisas a fazer, coisas que são. Sem se deixar abater. Não, os circuitos não agüentariam sobrecarga. Então curto-circuito.

Aconteceu.

E de repente convexo. Riu-se quando ele disse. Convexo convexamente num estreito que não Bósforo mas assim estreito, dois de cada vez – à direita, pros que param e cedem passagem à pressa alheia. Em todo lugar do mundo é assim. Sim senhor, me desculpe, pois não, passar bem (mal). Sorriu um só-riso que nem da outra vez. Convexo, pensou, sentindo aquela mesma graça, porém já um pouco desbotada, de antes. Durante agora depois. Já passou. Hoje em dia é tudo... Nada, da mesma forma que antes-agora já era pra ser-indo antes-agora-depois. Não. Isso não é coisa de gente. Nem de bicho. Bicho-gente. Ser humano? (O) ser: entidade do mundo biossocial, quer mais abstrata, quer mais concreta. E mais ou menos? É, pode ser. Todo mundo e ninguém se dá conta da graça dos degraus da escada rolante subindo subindo subindo até o ponto onde engole a si mesma a subir-se engolir-se sempre num movimento eterno maquinal funcional pragmaticamente prático. Nem se olham. Ninguém mais se olha no olho. Parecem todos subindo subindo subindo até o ponto onde engolem a si mesmos a subirem-se engolirem-se sempre num movimento eterno maquinal funcional pragmaticamente prático. Igual à escada rolante que só rola o rolo desse abatedouro pró-e-contra-humano fabricado por essas entidades (mais) concretas do mundo biossocial. Humanos. Não perceberam ainda porque seus circuitos transístores de plasma precisam de lubrificação extra. E na cabeça que processa só as contas a vencer. Faz de conta até o que é de graça. For free, for all, forró. E os robozinhos dançam suas mesmas danças robóticas até que, robôs integralmente, novamente na segunda-feira recomeçam do começo ao fim. Hoje é sexta-feira, convexo, ninguém achou graça. Minha vez de passar pela catraca...

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...tanto a Andréia, lá do seu "Relatos de uma guerra pessoal", quanto a Aninha, do seu "Pensamentos da poetisa", resolveram premiar o inacreditável mundo de alex e! com mais esse selinho suuuuper legal!!!!! Ambas afirmam que "esse blog não me sai da cabeça" e eu começo a acreditar viu... (ou será que foi só 1 coincidência as 2 lembrarem aqui do mundo ao mesmo tempo...? bom, como eu não acredito muito em coincidências...rs). Enfim, agradeço a ti, Andréia, e igualmente a ti, Aninha, pela lembrancinha muito da bacana, viu!!! Um beijo bem grande pra vocês, queridas!!!...

(os blogs que "não me saem da cabeça" indicados ao selinho são:

- "Dominus";
- "Deixa eu brincar de ser feliz?";
- "É só saudade...";
- "Caneta vazia";
- "Chá das cinco"...)

- música do post: "encontros e despedidas", Maria Rita

4 comentários:

Marcel Luis disse...

cara, c ta ficando cada vez melhor, no duro mesmo.

Stella disse...

Oi, Carioca mais legal que já conheci!

Infelizmente, e como sempre, passo aqui correndo. Você anda meio sumido do Dominus, hein? Mas tudo bem, a vida é corrida para todo mundo.

Obrigada pelo selinho. Amei recebê-lo de ti. Mas a coincidência é um pouquinho maior do que você pensa. Depois passe no meu blog e veja para quem eu dei este mesmo selinho que, agora, volta até mim pelas suas mãos?!

Sempre acredito que gestos de carinho andam em círculos, mas jamais imaginei que seria tamanha esta verdade! :)

Se não entendeu nada, passe no Dominus e olhe o post dos selos com atenção.

Ah, e apesar de eu ainda não ter te dado este selo, pode apostar, este mundo inacreditável também não me sai da cabeça!

Bom, já vou. Um abração, Alex!

Teresa disse...

ebaaaaaaaaaa
obrigada queridooooooo
ameeeeeeeeeei o selo
muito muito

beijinhooooo

Stella disse...

Falando do texto, será que somos humanos realmente, nos espremendo em latas de metal, caminhando como robôs de um lugar para o outro sem vendo todos a nossa volta, mas não enxergando ninguém realmente?...

Acho, Alex, que quanto mais modernos somos, mas andróides nos tornamos...

Um abração, querido! E, só para inflar seu ego, você está escrevendo cada vez melhor! É sim, sr. Alex! Tu és um escritor de primeira linha!

Bjuss