20.3.08

saudades de mim

...ultimamente tenho postado apenas textos que configuram o outro. Bom, não que neste "outro" que escrevo não tenha algo do "mim" que motivou esse post; é claro que se fundem as interferências constantes que sofro (e que todos nós sofremos, obviamente...) às minhas próprias posições e concepções do que seria o mundo & afins. Massss, pralém desse discurso que se quer quase como um relato psicologístico do meu atual estado de consciência - ou não... - o fato é bem mais simples. Na verdade, nada tem de complicado e é: estava com saudades. E já é engraçado tudo isso por não ser 1 "saudade". Aliás, nunca consegui escrever "saudade", assim, pura, no singular, sem achar que tô sendo, pra dizer o mínimo e ficar no limiar dos limiares da superficialidade, pedante (e como todo pedantismo, artificial...). Mas vá lá, não é sobre isso esse quiprocó todo. Saudades escrevo como quem tem os pés no chão de (se) saber que é diluído nessa grande massa que nos rodeia. De gentes, barulhos, luzes, escuros, números, notícias... enfim, poderia citar infinitamente todas essas pequenas coisinhas, diminutas partes do que se tem pelo belo nome de modernidade. Somos todos modernos, certo? Certíssimo. E não por escolha, mas por simples condicionamento. Não se dá pra viver fora da roda, pra citar palavrinha de Caio F. e me sentir de certa forma íntimo e erudito (anacronismo óbvio...) e/ou virtualmente desconectado disso tudo... oops, eu disse desconectado? Perdão, pois nada disso se justifica num mundo que só funciona à base de teias ultra modernas de cabos de fibra ótica, carbono, bits e pixels... o quão grande é teu hd? será a pergunta de pós "ismos" de "classe". Não importa, e sim o que eu faço com ele através do meu incrível processador (possível resposta...). Vem cá, o assunto não era eu e a saudade de mim? Ah sim, me distraí. Talvez porque a síndrome do "quem sou eu?" nunca encheu tantos consultórios de pseudo terapeutas, analistas, psicólogos e demais experts do gênero que ainda tenta nos decifrar. Quem conhece a nossa alma? quem pode desvendá-la? Ninguém, jamais (se é que ela existe... "ela"??? e eu achando que feminismo tava fora de moda...). E tá, não porque não se justifique (?) mais, e sim porque não dá mais. Entender-se não vai resolver nada, e muito menos punhetismos deslocados. A esfinge vai é te comer, meu caro. Tudo bem, admito que a coisa toda fugiu ao meu controle, logo ao MEU, aquariano de carteirinha (de nascimento e horóscopo), neurótico de plantão e membro ad infinitum do clube dos suicidas fracassados (vizinho à sede dos mal-amados e não-correspondidos e incompreendidos-pela-humanidade-vazia-de-significado), em que chafurdo de vez em quando........................ Ufa, pronto. Matei as saudades e desabafei comigo mesmo. O triste da estória (que não tem moral, é claro) é que me acho tão melhor quando não apareço por aqui, digo, a não ser quando a interferência alheia me obriga a descrevê-la nos textos em que me mostro mais eu do que nesses posts cafonas envernizados pra parecer "de conteúdo". Aos "outros", então...

- música do post: "maior abandonado", Cazuza

5 comentários:

Jaya Magalhães disse...

Eu fiquei meio confusa nessa leitura. Me desviei um monte de vezes. A verdade é que não consegui "pegar" direito a histórias das tuas saudades de você mesmo. Acho que lendo de novo talvez fique mais claro.

"Talvez porque a síndrome do "quem sou eu?" nunca encheu tantos consultórios de pseudo terapeutas, analistas, psicólogos e demais experts do gênero que ainda tenta nos decifrar."

Esse trecho me lembrou a mim. Falei quase exatamente isso ontem, durante uma conversa com uma amiga. As coisas vem ficando tão enlatadas, Alex. É angustiante notar isso.

Bom, vim aqui matar as MINHAS saudades de VOCÊ. Ainda tô sem conseguir acessar os blogs de casa. E hoje corri pra cá!

Te deixo uns beijos e um abraço apertado, junto com a promessa de retorno em breve para ler as palavras que perdi.

:)

P.S.: Tem selo pra você no blog.

Érica disse...

Desabafe sempre...embora eu não consiga compreender completamente e ache que na verdade seu post não eh o texto que gera comentários...se é apenas um desabafo...Fique bem!!!!

Um abraço

Amanda Beatriz disse...

você é muito confuso mocinho! mas não perca tempo tentando se achar! acho que ninguém se conhece plenamente! isso é impossível!
beijos!

Stella disse...

Amei seu texto, Alex. Sinto-me às vezes necessitando falar desta forma, e, para não dizer que não entendi o que escreveu, eu digo que... entendi, sim!

As suas saudades não possuem espaço às vezes num mundo que não se enxerga mais. Onde ser moderno é não se ver por dentro, mas apenas superficialmente, como se fossemos um monitor de tevê, que só vemos a imagem que queremos.


Enfim, gosto demais de quando coloca estes textos mais auto-biográficos aqui. Sempre me fazem ver que eu não sou a única que enxergo este mundo torto e que tem saudades de quem eu realmente sou, mas não consigo ver (porque o mundo de hoje não me dá tempo nem oportunidade de enxergar este meu eu)...


...E se ficou confuso este comentário, não ligue! :) Era para ser assim mesmo, por que prefiro a desordem de um pensamento sincero (como o seu e o meu) à ordem de uma frase prestidigitativa!



Um abração, Carioca, e Feliz Páscoa com muito chocolate (se você gostar) ou com muito sossego e/ou curtição!


Até mais!

Anônimo disse...

Será que eu também estou com saudade de mim?! Aí Meu Deus!!!