27.12.07

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...levo uma vida razoavelmente tranqüila, tinha um emprego razoavelmente interessante, gosto razoavelmente do que estudo, há alguém por que razoavelmente me interesso e por aí vai mais uma centena de coisas, talvez milhares... então por que diabos não me sinto nem razoavelmente satisfeito??? Talvez a culpa seja minha; ou talvez seja do razoavelmente. Sei lá, eu queria ser plenamente feliz, sofrer por uma paixão arrebatadora, trabalhar com algo que eu achasse super interessante e super importante e super tudo pra mim, adorar, amar o que me dedico a estudar por tanto tempo... mas nunca me senti assim... mais uma vez devo ter tomado as decisões erradas e ido por caminhos meio tortos que me levaram a isso (engraçado, me disseram ou eu li uma vez que o da direita era o certo... se bem que já fui pelo da esquerda e olha onde estou...). Vai ver não há caminhos certos nem errados. Vai ver cada um é que tem de, sozinho, construir ou mesmo apenas abrir um espaço só pra si no meio de tantos outros. Só que eu não tenho toda essa coragem, toda essa força de vontade para eu próprio parir um mundo só meu, que tivesse a minha cara - e onde eu me sentisse completamente à vontade. Pra quê? pra poder ser eu-mesmo eu acho, e afinal. Estou meio cansado de ir por onde sempre se vai, por onde os outros me indicam. Eu sei, não quero cuspir no prato que como, se alguns bem-intencionados me dão conselhos é porque sabem de algo, é porque já passaram por determinadas coisas das quais querem me proteger. Mas esse mundo é o deles, não o meu; as experiências também; as lições, ibidem... e onde é que eu fico? para onde vou? Isso apenas eu deveria saber responder. Não sei, e sinto-me culpado por isso. E cada vez mais cansado de seguir assim mesmo, sozinho, sem rumo, sem quê nem pra quê por aí. Talvez esteja à espera de algo ou alguém que me faça entender que o caminho não importa, e sim as pegadas que deixamos no chão, com os nossos próprios pés - quem sabe se entrelaçados - de carne e ossos, de objetivos a realizar, para além do céu azul que se descortina lá longe. Enfim, estou à espera de um "verdadeiro" milagre...

- música do post: "o segundo sol", Cássia Eller

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