...ao atravessar de um lado pro outro em meio à madrugada de uma rua deserta, teve de tomar cuidado pra não tropeçar e cair em cheio na poça. Havia chovido bastante durante toda a noite, mas não reparara. E nem poderia. A mesa que costumava ser sua naquele restaurante numa outra rua menos deserta ficava virada pra parede, negando-lhe a possibilidade do presente. Não que isso o incomodasse, pelo contrário.
As fotos antigas penduradas em velhas molduras traziam-lhe a nostalgia do que não volta mais, e não voltar mais era exatamente do que precisava, se bem que sempre na décima terceira dose percebia que não funcionava dessa forma, mas aí já era tarde demais. Se lembrar das coisas não doesse, o que seriam então aquelas inúmeras ressacas em tantos dias seguintes que na verdade eram o mesmo interminável inferno? Fora abandonado, e teria de lidar com isso uma hora ou outra. Atravessando as ruas desertas em meio à solitária madrugada de rumo incerto, sentia como se o fizesse pela última vez.
O apartamento minúsculo onde morava a cada dia mais se transformava numa lixeira de lembranças. Não suportava permanecer ali. Por outro lado, não aguentaria se desfazer daquilo que o impedia de esquecer o restante. Riu-se da ideia, e por um átimo pareceu que uma fagulha de alegria iluminava o ambiente carregado. Foi só por um instante, mas podia-se vislumbrar que até o próprio apartamento vibrava na expectativa de dias melhores. O riso, que era histérico e alucinado, desfez-se em careta sombria, mergulhando tudo, inclusive ele, nessa atmosfera esquizofrênica que cheira à fumaça de cigarro barato. Riu-se de novo e de repente, percebendo que, sendo aquilo uma lixeira, ele mesmo era parte do lixo. O que não deixava de ser verdade. Desde que ali ficara sozinho, realmente tornara-se pedaço de coisa alguma.
Como se driblando a morosidade do corpo em torpor pelo excesso de álcool, levantou-se o homem e, enganando os próprios pés com passos lépidos e certeiros, como a faca que buscaria, cortou o ar até a cozinha. Procurou em todas as gavetas, não encontrou, até lembrar-se de ter vendido todos os talheres e também tudo o mais que podia ser vendido dali. Precisava de dinheiro, estava desempregado desde que... desde que estava só.
Talvez só lhe restassem pouquíssimas alternativas. Por isso, num momento de decisão, correu atropelando-se em direção ao banheiro. Não havia mais espelho, não queria ter o desprazer de se olhar desse jeito, esmorecendo aos olhos de todos. Como um homem pode chegar ao fundo de si mesmo? O processo ele desconhecia, mas o resultado gritava como queimadura encarnada na pele.
Pegou a gilete. A lâmina cega não chegou nem a arranhar as profundas cicatrizes da última tentativa. Desesperado, o homem ainda pensou em atirar-se janela afora. No entanto, da outra vez conseguiu apenas estilhaçar ambas as pernas. Parecia condenado à sua própria subsistência, a uma vida marginal oscilando entre a morte e o vegetar, o vegetar e a morte – e o estar sempre bêbado. Era a sua estratégia que pensava ser só sua, segredo de si pra si. Mal sabia ele quantos sentiam pena daquela condição. Fazer o quê? Ele era um homem sem função alguma. O pragmatismo que lhe exigiam: não, jamais. Um homem como ele não viveria por muito tempo assim, ferido de morte. Fosse bicho, talvez já lhe tivessem sacrificado, mas a crueldade humana preferia que restasse assim, morto-vivo, pra tomá-lo como exemplo do fracasso, de uma falha a não ser repetida. O sofrimento alheio é, antes de qualquer coisa, combustível de nossas ambições.
Porém o homem não pensava nisso. Aquele ser de interior destruído e destituído de si queria apenas ter o direito de morrer. Até que ponto não se pode decidir sobre o que se tem de mais essencial, como a capacidade de acordar a cada dia sob o peso de nossa carne? E a carne do homem lhe pesava, e apodrecia, mesmo que ainda aparentemente intacta. O homem era uma putrefação em plena existência, jogado às traças de recordações espalhadas pela sala escura e sonolenta. Aquelas cartas, ele já as lera milhares de vezes, até a última, que nada nunca lhe esclarecia, pelo contrário, tornava-o ainda mais canhestro dentro de si e de suas olheiras pisadas.
Nem mesmo eu sei o que aconteceu ao homem e estou quase certo de que ele também não sabe. Mas não importa, porque não se sofre à toa, apesar de que a mais ínfima das desconfianças pode levar um homem como aquele, ou talvez apenas qualquer outra pessoa, ao limite de se transpor a si mesmo. E não há volta...
- música do post: "it's a heartache", Bonnie Tyler
25.4.09
18.4.09
cê
...se eu te pedir pra dar o fora da minha vida, por favor, meu bem, não hesite e vá logo embora. Que eu nunca te prometi nada, nunca disse que te amava e nem as nossas transas são assim tão boas. Se eu te pedir pra nunca mais me procurar – nem mesmo quando a saudade apertar fundo no teu peito, porque sim, sei que cê sentirá a minha falta –, por favor, meu bem, jamais me telefone, esqueça que eu existo e vá caçar outro amor pra te curar as feridas que vou te deixar (e sim, sei que vou te deixar as marcas mais profundas). Que cê foi sempre assim, frágil, com essa cara pálida de sardas que parecem desmaiar contigo. Contigo eu sei apenas que uma hora não vou querer mais nada. É o meu jeito de ser, não me leve a mal, apesar de achar que, chegado o momento, cê é capaz de sentir ódio de mim. Passional. Teu coração é que manda em ti e sempre te avisei “olha que qualquer dia vai dar merda”. Já tá sentindo o cheiro? Talvez não. Eu sim. Que nunca disse que ia te aturar pro restante da minha vida, das nossas vidas, da tua vida que cê fez toda questão de resumir à minha, e aí nós dois nesse círculo vicioso de que pretendo me livrar algum dia. Mas as crises serão tuas, todas tuas, que eu não sofro de abstinência de ninguém. Nem de amor, que consigo a hora que bem quero, pelo tempo que quero, de quem eu quiser. Assim como consegui e ainda consigo de ti. Se eu te pedir pra nem me cumprimentar na rua quando me vir, se me vir novamente depois de..., o que espero que nunca aconteça, por favor, meu bem, somente finja que sou um estranho pra ti, mesmo sabendo que sempre serei tudo pra ti, mesmo que isso te faça querer implorar pra que eu reconsidere. Isso nunca vai acontecer, se eu te pedir que saia por aquela porta que pintamos de amarelo-ovo juntos no nosso primeiro aniversário. Que eu não aguento mais tuas manias, teus cuidados e teus sorrisos. Nem mesmo o teu perfume nem teus ciúmes forçados, só pra mostrar que ainda me ama, que se importa comigo. Se eu te pedir que não se importe mais comigo, que não goste mais de mim, por favor, meu bem, não discuta, não teime, apenas vá, com tuas trouxas debaixo dos braços abraçados por mim tantas e tantas vezes. Vá por aquela porta que pintamos juntos e jamais regresse. Não toque a campainha que não vou te atender. Sei teu jeito até de apertar a campainha, teu jeito de falar, teu jeito de andar. Sei exatamente teu jeito de ser você como talvez cê nem saiba que eu sei. Mas eu sei, pode crer. E sei também que não adianta te pedir, como das outras vezes, que não tenha pena de mim. Depois do que houve, que cê não tenha pena de mim. Adivinho nos teus gestos, vejo nos teus olhos, escuto da tua boca, descubro pelo teu sexo... Não é culpa tua, talvez seja mesmo algo natural de se sentir. Mas eu não admito. Me dei conta de que o orgulho é bem maior que qualquer coisa que sinto por ti, ou então é só o medo de que no futuro não me reste nada por ti a não ser orgulho de mim e de que por mim não te reste coisa alguma senão pena. Por isso prefiro te ofender – dedo em riste – e te dizer as verdades que em outro momento poderia atenuar, é por isso que quero que cê simplesmente me deteste com todas as tuas forças e também por isso te imploro que, se eu me arrepender do que te escrevo agora, se mesmo a atitude que resolvi tomar – porque sou covarde, eu sei, mas por trás de todo grande orgulho há uma grande covardia, uma vez cê me disse e te dou razão – não fizer com que eu tenha, enfim, sossego (e eu não suporto mais), ou sinta o alívio que nada me proporcionou, nem mesmo você, por favor, meu bem, mesmo assim, mesmo depois de tudo isso, mesmo que seja por amor, esse corpo estranho que verdadeiramente nunca conheci, meu bem, por favor, não tente me salvar...
- música do post: "fim de caso", Maysa
- música do post: "fim de caso", Maysa
11.4.09
soh, + 1 prece
...levantou-se como se partisse. Era noite e no meio da escuridão topou com algo que era si-mesmo através do pé na quina de algo duro, de madeira, de algum material que matéria era mais do que ele. Percebia-se vagamente, a não ser no ponto lancinante onde uma dor doía fino e consistente, como quando se tem algo preso na garganta – mas que não pode ser dito: não, não se pode dizer a coisa que fica presa à garganta: há o perigo de revelar-se.
A cabeça girava, uma leve tontura mansa. Hipnotizado num estado de semiconsciência – ou quase-sono, ou sonho, ou despertar ou qualquer outro desses estados em que não se é possível abrir os olhos e simplesmente ver – um cheiro verde penetrou-lhe nariz e corpo e entranhas adentro, o estômago se retorceu e os últimos restos podres de um jantar mal-sucedido (“Boa noite”, e então a porta fechou deixando-o pálido e incongruente do lado de cá, que é sempre o de fora. Sequer um sorriso.) vieram à tona como a náusea que de súbito o fez agarrar-se à porta, temendo que fosse agora, que fosse a hora, não de ficar, nunca era, mas de ir embora. Não, de novo não.
Numa dessas o dedo escorregou. A luz acendeu, clareando ainda mais de branco os azulejos, que refletiam nele a sua própria palidez, mas também e sobretudo a simetria que lhe era jogada na cara numa falta que não, jamais poderia reverter. Cumprir a pena parecia ser a única saída, pois se antes já havia tentado todas. Ele era justamente aquilo que não poderia ser.
Os olhos já acostumados à luz, viu-se então ao espelho. E como bicho selvagem não se reconheceu. Via o seu rosto, a sua carne, os seus pêlos descendo do peito até mais embaixo, até o ponto onde o tecido azul-claro da cueca escondia a sua alcunha de macho. Mas se não era ele mesmo, quem seria? E a pergunta fatal criou um hiato naquela noite. Os azulejos brancos e pálidos e simétricos sem graça encolheram-se todos envergonhados em seu hermetismo maquinal cuja luz engolida por uma possibilidade súbita de interrupção também mantinha-se imóvel. Chegaram todos ao ponto nevrálgico da coisa: ele questionou-se quando nunca o poderia ter feito. Pois num hiato pode-se perder tudo: é melhor que não saibam de nada, ou, ainda melhor, que não se saiba, apenas. É perigoso tentar dizer, pois quanto mais se fala menos ao espelho se reconhece. Assim...
- música do post: "vida", Maria Bethânia
A cabeça girava, uma leve tontura mansa. Hipnotizado num estado de semiconsciência – ou quase-sono, ou sonho, ou despertar ou qualquer outro desses estados em que não se é possível abrir os olhos e simplesmente ver – um cheiro verde penetrou-lhe nariz e corpo e entranhas adentro, o estômago se retorceu e os últimos restos podres de um jantar mal-sucedido (“Boa noite”, e então a porta fechou deixando-o pálido e incongruente do lado de cá, que é sempre o de fora. Sequer um sorriso.) vieram à tona como a náusea que de súbito o fez agarrar-se à porta, temendo que fosse agora, que fosse a hora, não de ficar, nunca era, mas de ir embora. Não, de novo não.
Numa dessas o dedo escorregou. A luz acendeu, clareando ainda mais de branco os azulejos, que refletiam nele a sua própria palidez, mas também e sobretudo a simetria que lhe era jogada na cara numa falta que não, jamais poderia reverter. Cumprir a pena parecia ser a única saída, pois se antes já havia tentado todas. Ele era justamente aquilo que não poderia ser.
Os olhos já acostumados à luz, viu-se então ao espelho. E como bicho selvagem não se reconheceu. Via o seu rosto, a sua carne, os seus pêlos descendo do peito até mais embaixo, até o ponto onde o tecido azul-claro da cueca escondia a sua alcunha de macho. Mas se não era ele mesmo, quem seria? E a pergunta fatal criou um hiato naquela noite. Os azulejos brancos e pálidos e simétricos sem graça encolheram-se todos envergonhados em seu hermetismo maquinal cuja luz engolida por uma possibilidade súbita de interrupção também mantinha-se imóvel. Chegaram todos ao ponto nevrálgico da coisa: ele questionou-se quando nunca o poderia ter feito. Pois num hiato pode-se perder tudo: é melhor que não saibam de nada, ou, ainda melhor, que não se saiba, apenas. É perigoso tentar dizer, pois quanto mais se fala menos ao espelho se reconhece. Assim...
pro Gustavo, pela lembrança de Bethânia
e por me fazer enxergar a frustração...
PS: que usemos a Páscoa pra refletir...
- música do post: "vida", Maria Bethânia
4.4.09
náufragos d fuga
...de longe eu o podia avistar, a mesma posição de antes, sentado sozinho na beira da praia. Ali, onde é o limiar entre a precária concretude da areia molhada e as pequenas marolas salgadas, abraçava as pernas de encontro ao corpo, a cabeça apoiada nos joelhos – levemente pendida pro lado esquerdo –, e os olhos perdidos no horizonte. No que pensaria o rapaz, pergunto-me, enquanto continuo a observar-lhe os cabelos lisos revoltos pelo vento que assobia forte, único indício de som.
Nossa conversa é muda, minha e do rapaz. Comunicamo-nos como em torre de babel, cada qual com seu idioma, linguajares distantes, indo de encontro à arrebentação. Nem mesmo sei se de lá ele sabe que estou aqui, irrequieto, tentando contatos ininteligíveis. É fato que não o conheço, e talvez por isso qualquer coisa de pudor faça de meus passos âncoras que me impedem o movimento. Mas mesmo assim permaneço nesse jogo só meu, do qual as regras, tácitas, não parecem fazer o menor sentido.
De repente as coisas mudam, como mudam inerentemente todas as coisas do mundo. Nuvens espessas tomaram os céus, reivindicando um espaço cinza-plúmbeo cada vez mais delas. Choveria, muito em breve, porém o rapaz não se mexia, não se incomodava. Olhos tristes jogados ao mar, náufragos de fuga, transbordantes de súplicas que eu não compreendia. Seriam lágrimas aqueles dois brilhos secamente apagados pela ventania cada vez mais forte?
Finalmente abri a boca, queria chamá-lo, a maré subia rápido, em poucos minutos seria impossível permanecer ali, aqui. Nada disse, no entanto. Estranhamente havia me esquecido de como dizer, falar, sequer balbuciar qualquer ruído decodificável. Estático, o rapaz era envolto por marolas ondas que se transformavam em vagas, estrondando violência contra aquele ser desafiador no seu caminho.
As roupas encharcadas, o rapaz afundava no que agora não tinha mais limiar: era tudo água, mar, chuva, tempestade tropical. Eu também molhado, queria atingi-lo de qualquer modo, mas a indecisão fez com que minhas pernas ficassem presas na armadilha movediça que me tragava fundo. Sabia, então, que jamais conseguiria chegar ao rapaz, tirá-lo de sua inércia, mesmo que à força, e salvá-lo de si mesmo.
Lentamente, observei a progressão de sua desgraça, imóvel, irresoluto. O desespero revolvia meu estômago, enquanto o rapaz desaparecia sob aquele tapete salgado e furioso. Melancólico, não se importava, fazendo o que fosse para permanecer na mesma posição inicial, o rosto encharcado. O temporal agravou-se, e não o pude mais ver.
Quando dei por mim, encontrava-me novamente em meio à platitude da paisagem azulada, o sol brilhava forte, e as coisas todas ressoavam calmaria. Não sei quanto tempo se passou, mas a imagem dos cabelos do rapaz, boiando confusos sobre o corpo já submerso, entranhou-se-me na memória. Podia ter sido um sonho, disse, convulso, não reconhecendo minha própria voz...
Nossa conversa é muda, minha e do rapaz. Comunicamo-nos como em torre de babel, cada qual com seu idioma, linguajares distantes, indo de encontro à arrebentação. Nem mesmo sei se de lá ele sabe que estou aqui, irrequieto, tentando contatos ininteligíveis. É fato que não o conheço, e talvez por isso qualquer coisa de pudor faça de meus passos âncoras que me impedem o movimento. Mas mesmo assim permaneço nesse jogo só meu, do qual as regras, tácitas, não parecem fazer o menor sentido.
De repente as coisas mudam, como mudam inerentemente todas as coisas do mundo. Nuvens espessas tomaram os céus, reivindicando um espaço cinza-plúmbeo cada vez mais delas. Choveria, muito em breve, porém o rapaz não se mexia, não se incomodava. Olhos tristes jogados ao mar, náufragos de fuga, transbordantes de súplicas que eu não compreendia. Seriam lágrimas aqueles dois brilhos secamente apagados pela ventania cada vez mais forte?
Finalmente abri a boca, queria chamá-lo, a maré subia rápido, em poucos minutos seria impossível permanecer ali, aqui. Nada disse, no entanto. Estranhamente havia me esquecido de como dizer, falar, sequer balbuciar qualquer ruído decodificável. Estático, o rapaz era envolto por marolas ondas que se transformavam em vagas, estrondando violência contra aquele ser desafiador no seu caminho.
As roupas encharcadas, o rapaz afundava no que agora não tinha mais limiar: era tudo água, mar, chuva, tempestade tropical. Eu também molhado, queria atingi-lo de qualquer modo, mas a indecisão fez com que minhas pernas ficassem presas na armadilha movediça que me tragava fundo. Sabia, então, que jamais conseguiria chegar ao rapaz, tirá-lo de sua inércia, mesmo que à força, e salvá-lo de si mesmo.
Lentamente, observei a progressão de sua desgraça, imóvel, irresoluto. O desespero revolvia meu estômago, enquanto o rapaz desaparecia sob aquele tapete salgado e furioso. Melancólico, não se importava, fazendo o que fosse para permanecer na mesma posição inicial, o rosto encharcado. O temporal agravou-se, e não o pude mais ver.
Quando dei por mim, encontrava-me novamente em meio à platitude da paisagem azulada, o sol brilhava forte, e as coisas todas ressoavam calmaria. Não sei quanto tempo se passou, mas a imagem dos cabelos do rapaz, boiando confusos sobre o corpo já submerso, entranhou-se-me na memória. Podia ter sido um sonho, disse, convulso, não reconhecendo minha própria voz...
para Jaya, que me fez encarar-me ao espelho
(novamente...)
- música do post: "you've got to hide your love", The Beatles
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