...às vezes temos a impressão de que tudo o que precisamos é ir pra bem longe. Bom, eu nem poderia me excluir desse time, pois até há bem pouco tempo lá estava eu fazendo planos loucos e mirabolantes de viajar, sair por aí, sumir uns tempos, ir... ir pra onde, cara-pálida? Não, nada de lugares comuns (com trocadilhos...), e sim algo exótico, com paisagens estonteantes e clima paradisíaco. Certo, eu já tava decidido. Massss e o dinheiro pra isso? Porque vamos combinar, um "passeio" assim deve custar no mínimo uma fortuna. E outra, que lugar seria esse? Eu sei lá... tome google na veia pra descobrir. Quase naufragando nesse mar de bits, bytes, kb, mb, etc, encontrei inúmeros oásis, todos com belíssimas praias, sol, muita sombra de palmeira e água (de coco) fresca. Infra-estrutura perfeita, acomodações de 1º mundo, os melhores drinques e as maiores frescuradas que se pode imaginar. Onde ficam? Ah, o Brasil é enorme, cheio de litoral e matas; espalham-se desde o Rio ao Amazonas - ou mais, vai saber. Sem exceção, atendem pelo "nome" (ou melhor, "gênero") de
resorts. Curioso que sou, na hora me perguntei: mas o que diabos é um
resort??? Estamos tão acostumados a certas coisas, incluindo-se aí essas nomenclaturas e expressões importadas, que nem nos damos conta do que realmente significam. Pois bem... segundo o meu +- Michaelis,
resort é "um lugar muito freqüentado" (?); também pode ser uma "reunião" (??); ou um "recurso, refúgio" (???); ou mesmo, ainda, ser usado como verbo, em cuja acepção significa "ir, freqüentar, recorrer, valer-se de" (????). Não entendi nada. Talvez seja um problema do meu dicionário, que reconheço não ser lá essas coisas. Ou então - como fiquei pensando - os tais
resorts podem até oferecer muito (claro, se você tiver a grana pra bancá-los...), porém me parecem redutos de gente muito estressada, meio de mal com a vida e que não têm imaginação suficiente pra criarem suas próprias fantasias; por isso compram uma (e olha que é beeem caro...). Enfim, a conclusão a que cheguei na verdade é bem simples - e óbvia: nós fugimos é de nós mesmos. Temos uma necessidade absurda de correr na direção contrária a do espelho. Dificilmente gostamos de nos encarar - e mais, de nos enfrentar, perceber o que tá errado com a gente mesmo e... Mudar!!! Tá bom, eu sei que isso tá parecendo papo furado de programa vespertino da rede tv!, bandeirantes, sbt ou qualquer outro desses canais que apostam nesse filão, massssssssssss... vamos combinar de novo: no fundo no fundo, eles até que têm alguma razão. Por que eu preciso me mudar "espacialmente" pra me sentir melhor comigo mesmo? Pra que ir pra algum desses paraísos artificiais pra me sentir falsamente outro durante 1 fim de semana apenas, sendo que depois tudo vai dar na mesma... Motivo: o problema tá é comigo, dentro de mim, dentro de nós... e isso, ah, isso nenhum
resort resolve (em qualquer das suas acepções...). Em vez de me endividar até a última ponta dos meus cabelos cada vez mais brancos (e eu ainda tento disfarçar que, na verdade, estão mais loiros), por que não mudar o meu próprio ambiente - e, com isso, a mim mesmo? Começando pelo meu quarto. Não é necessário muito - um belo arranjo de flores em cima da estante, uma arrumada nos livros e cds, encontrando outras disposições pra eles (uns podem ficar em diagonal, os demais um em cima do outro, sei lá); tirar o pó da tv, mudar a cor das paredes, arrumar o armário, livrando-me daquelas tralhas que sempre me incomodaram; arranjar outro lugar pra cama (claro, respeitando os preceitos do
feng shui) e outras coisinhas mais, detalhes. Quem sabe aproveitar pra comprar uma ou outra nova roupinha, combinando com esse também novo estado de espírito, dar uma garibada no cabelo, usar aqueles piercings que nunca mais usei (ou pensar em botar outros...)... Enfim, descobri que há uma série quase infinita de coisas que podemos fazer pra nos levantar o astral e construir o nosso próprio oásis de mais calma e tranqüilidade (ou agitação, se você for uma pessoa agitada...). Não é preciso gastar fortunas, e sim um pouquinho do nosso tempo; investir em ações da bolsa? nem pensar (depois até pode ser), mas antes de tudo, em 1º lugar, invista em você. Eu tô descobrindo aos poucos que o mítico paraíso de Shangri-la é aqui, ao meu redor, no meu próprio cantinho. Um bom jeito de terminar janeiro, o mês das promessas: prometa - e cumpra! - achar o seu próprio paraíso, porque ele tá por aí, perdido com você, pertinho de você. Se quiser, depois me conte: onde é Shangri-la pra ti?...
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...+ 1, pá rá rá, + 1!!!...
...daqui a pouco terei de reconhecer como uma nova ocupação o ramo da filatelia... Por quê? ah, porque o inacreditável mundo de alex e! ganhou mais um selo pra sua coleção! Dessa vez o presente foi do Jair Eduardo, lá do seu "Bem-vindo à casa". Ele diz que "nosso planeta é nossa casa" e, como mundo e planeta são meio que sinônimos, esse selinho veio mesmo a calhar... adorei mesmo!!! Muito obrigado, Jair (ou prefere Eduardo? ai, eu sempre quis ter nome composto... que inveja)... Saiba que nesse mundo (ou planeta) cê pode se sentir como se estivesse na tua própria casa...
(...os blogs que indico a receberem esse belo selinho são:...
- deixa eu brincar de ser feliz?, da fofíssima Jaya;
- dominus, da mineiríssima Cris;
- caneta vazia, da sempre engraçadíssima Teresa...
...todos exemplos de que "nosso planeta é nossa casa", além de que nossos blogs são nossos mundos, e de que nesses mundos encontramos essas pessoas maravilhosas com quem compartilhamos nossas vidas, segredos, sorrisos, crises e neuroses também. Beijão pra todas vocês!...)
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música do post: "vilarejo", Marisa Monte