24.1.08

1 outro do msm

...na verdade, o título desse post seria "2 kras". Porém não queria que ninguém entendesse ou sequer achasse que era por alusão ou alguma analogia à trama global. O que quero dizer com esse texto é simples (e quem sabe por esse motivo, complicado...): todos nós sabemos que não somos apenas um só indivíduo, e sim um amontoado de "eus" diferentes que, apesar de dividirem o mesmo teto (ou seja, a nossa própria cabeça), muitas vezes não compartilham das opiniões, gostos e, em alguns casos, até o caráter e a personalidade desses "outros" que, em última instância, são partes de nós mesmos - e com os quais freqüentemente brigamos, discutimos e queremos ver pelas costas. Sendo assim (e admitindo que grande parcela dos que me lêem pensam de maneira mais ou menos parecida), concluo que não seria surpresa admitir essa realidade - ou identidade? - partida pra todos. Claaaaaro que sim, certo? Nem sempre. E digo isso porque experimentei na pele o que é dar de cara com um outro do mesmo. Explico-me: tenho dito nos últimos posts que sofri uma decepção muito grande, patati patatá, e que tava completamente surpreso com isso, coisa e tals... massss, parando bem pra pensar, me dei conta de que tava P da vida não com aquela pessoa que aprendi a respeitar, amar e por quem me apaixonei há tempos atrás. Eu tava possesso era com uma outra face que eu não conhecia dessa mesma pessoa, e que se revelou justamente sob um momento de estresse, na pressão e no calor de uma briga requentada por sapos engolidos que jamais se tornaram príncipes. O resumo da estória? Bom, num primeiro momento, ódio, raiva, rancor e tudo o que de pior se pode desejar a alguém (e o que não se pode também...). Depois dos efeitos, raios e trovões da tempestade, no primeiro momento de calma vi que estava completamente equivocado. Eu não tava daquele jeito por causa do "outro" que eu ainda não conhecia... aquilo era "simplesmente" orgulho ferido, pelo fato de ter sido supostamente "enganado" por quem num belo dia passei a confiar tanto. E não, não fui. A pessoa que conheci e que amei e compartilhei momentos inesquecíveis da minha vida continua lá, intacta, em algum lugar (e principalmente nas minhas lembranças). Esse "outro" é somente 1 dentre dezenas, centenas ou milhares de faces que todos nós temos - inclusive mesmo essa outra pessoa. O problema é que talvez não nos damos conta de que tudo o que se passa conosco e nas nossas cabeças perturbadas também pode se passar com os demais, nas suas próprias mentes neuróticas. Afinal de contas, além de sermos conceitualmente todos iguaizinhos, ou seja, humanos cheios de virtudes - e também defeitos -, quem ainda duvida sermos igualmente um amontoado de descargas elétricas cujos curtos naturais são capazes de produzir (d)efeitos diversos? Freud tá aí, quem sabe explique... Enfim, depois de todo esse papo enrolado e pretensamente pseudo-filosófico, deixo claro que tô com a consciência limpa e tranqüila, sem remorsos nem nada. É sério, tanto até que já consigo me dar bem com o tal "outro", nos falamos, conversamos sobre trivialidades, desejamos "boa noite" e "te cuida" mutuamente. Por quê? Porque sei que não falo com aquele outro alguém que um dia conheci. Esse tá morto - ou seria melhor dizer escondido? Não sei, apenas que não sou tão frio e racional assim. Às vezes tenho recaídas loucas, vontade de me humilhar novamente em busca de um "eu" que talvez nunca volte pra mim, de exigir, mandar, gritar que retorne e me ame imediatamente, como se fosse uma criancinha mimada. Tudo dentro da normalidade, massss, bem lá no fundo, sei que de nada adianta. É muito sofrido esquecer. Por isso já disse logo de cara que nada aqui se parecia com novela. Muito pior: é a vida...

- música do post: "atrás da porta", Elis Regina

9 comentários:

Anônimo disse...

Talvez Freud saiba o motivo de sermos tão complexo... No entando, confesso que aproveito dessa situacao para usufluir da minha imaginação, sei que nao é legal isso, mas entre tantos eus, nao sei qual eu escolher entende?
acho que é por isso q estamos aqui, por isso que escrevemos e lemos os blogs, para ver se saciamos no blog de outra pessoas, os eus que em vão, procuramos!

Teresa disse...

eh a vida

que apesar desse altos e baixos todinhos que vc citou é bonita é bonita e é bonita... embora não pareça às vezes.

=*

Amanda Beatriz disse...

quando eu leio você escrevendo essas coisas lembro do meu ex-namorado! não tem como não lembrar!
muito complexo isso tudo, mas realmente não adianta a gente ficar se martirizando por conta de orgulho ferido. as pessoas surgem em nossa vida por algum motivo, e vão embora porque já fizeram o que tinha que ser feito. brigar só piora tudo e descobri isso da pior forma possível. o mais triste e saber que em outra situação igual à que já passei vou agir do mesmo jeito estúpido, mas fazer o que?! ninguém mandou eu ser assim de pavio curto. espero que não se magoe mais, não se deixe fazer isso contigo, é sempre pior.
amo essa música da Elis, sempre dá vontade de chorar quando escuto, isso quando não choro de verdade!
cuide-se meu querido!
beijos!

Stella disse...

Oi, Alex, andei sumida, não foi?
Coisas da vida!...

Mas não devo jamais passar pelo seu "Inacreditável Mundo..." trazendo nenhum tipo de sentimento (principalmente os ruins)a não ser congratulações por ver que as coisas, aos poucos, começam a andar para você.
Sei o que são aquelas quase recaídas, aquelas vontades de pedir uma migalha do que já houve. E imagino muito bem o que é lutar contra esta vontade. E por isso estou te parabenizando. Sua luta sempre será recompensada. Cada passo que demonstra neste texto estar dando para frente, jamais o fará voltar a se sentir tão mal quanto antes. É bem verdade que os momentos bons também não voltarão, mas outros melhores, mais prazerosos e inesquecíveis hão de vir.
E ao som de Elis Regina vai perceber esta época como um momento, bom ou mal, mas mais um nesta sua longa caminhada. E bom agouro a você para que ela seja tão longa quanto rica de alegrias, prazeres e grandes amizades e amores (nesta ordem mesmo)! :)

Um abraço bem grandão, carioca!

Cris

Anônimo disse...

vc ja leu "O Rival: O homem contra si mesmo" fala exatamente sobre isso! caso não tenha lido eu recomendo ... onde um homem encontra com o seu proprio rival (ele mesmo!) e lidava cara a cara com suas proprias fobias, traumas e medos...

beijos e parabens pelo blog

Anônimo disse...

Devo agradecer pelo email, fiquei feliz. Sei o quanto é dificil tirar um tempo para enviar um email, por isso pretendo "futuramente" colocar um espaço no meu blog para comentar, mas isso é um assunto que tenho que pensar.
Quando ao seu mundo, eu o achei muito intersse, voltarei aqui outras vezes heheh. Na verdade, já passava aqui em paginas anteriores, porém não comentava. Motivo: falta de tempo!
Mas agora vou te link, assim nao perderei o seu mundo de vista!
Grande abraço amigo, cuida-se!

Ana Paula Vieira disse...

eh vdd,
temos tantos 'eus', eu mesma me perco as vezes qdo me vejo no q sou capaz de fazer.
=D
adorei seu espaço!
vai pros links

Ps: valeu por estar sempre lá no Chá das 5! todas nós agradecemos sua presença

Bjs

Stella disse...

Nossa, Alex... que bom que gostou do presente!
Quando o recebi foi difícil escolher para quem dar mas sabia que um deles, com certeza, no mínimo, o seu blog merecia.

Estou te deixando um abraço rápidinho pois minha passagem por aqui está sendo tão rápida quanto. Mas depois volto com mais tempo, ok?

Um beijo mineirinho para ti!

Cris

Eurídice Monteiro disse...

Olá

Acabei de descobrir este blog e gostei!

Bjs