...bom dia, tristeza, como vai? Bom, eu vou bem (dentro do possível, claro), mas queria dizer que agora não tenho nadica de nada contra ti, por isso não sei porque anda me perseguindo tanto ultimamente. Essa é uma carta de reconciliação - ou de pazes, trégua, sei lá, chame e entenda como quiser. Que fique claro apenas (e por favor...) que não quero mais brigar contigo. Já percebi que não adianta me espernear, arrancar os cabelos, chorar e sofrer por coisas e alguéns que jamais vão voltar. Momentos passam, o tempo não pára (salve Caju!)... Enfim, tristeza, eu gostaria muito de aprender a conviver contigo de forma pacífica - ou pelo menos sem as rusgas que experimentamos nos últimos tempos. Tudo bem, eu sei que sou uma pessoa turrona na maioria das vezes, genioso até dizer chega... mas entenda que não faço por mal. Eu de fato achava que tava tomando as decisões mais certas em determinadas circunstâncias, e também achava que fazia tudo em nome de algo "eterno". Coisa muito indigesta de se dizer a essas horas (ou em qualquer outra), cê deve tá pensando; acontece que eu não levei em conta a tua presença muitas e muitas vezes, o que explica imenso a tua mágoa com relação a mim. O problema é que eu não queria te aceitar, pois aceitar você seria o mesmo que me ver derrotado, combalido, menosprezado pelas minhas próprias atitudes. E você sabe como eu não costumo lidar nada bem com derrotas - ou mesmo com falhas, seja lá quais sejam. Te peço desculpas - e sinceras, do fundo do coração - por tudo o que eu já te fiz passar nesses meus 21 anos de vida. Logo você, que me acompanha desde sempre e tão de perto... como fui mal-agradecido... Agora entendo que cê só queria o meu bem e que, no fundo no fundo, nem queria se mostrar ou se vangloriar, ficando escondidinha até que eu tivesse um tempinho pra ti. O que quase nunca acontecia, já que eu de certa forma te desprezava e escondia no fundo do armário. Por pura vergonha. Bom, isso tudo cê já sabe né, não preciso ficar relembrando essas passagens dolorosas entre a gente. Quero reafirmar que não tenho mais nada contra ti, e a raiva que antes pensava nutrir por sua causa talvez fosse somente despeito, ego, orgulho inflado até estourar. Estou humilde, tristeza. Eu te aceito de braços abertos, minha querida. Foi preciso estar fragilizado e sensível como estou pra perceber que cê tava com a razão - que cê tem a razão de tudo. É contigo que desejo aprender a superar esses meus novos medos e traumas, a compreender e desculpar as traições e mentiras feitas contra mim... Não te renego mais. E espero sinceramente que, quando terminar de ler essa carta, aceite o convite que faço: venha me ver, deixei a porta do armário aberta pra ti. Sem rancores, sem armadilhas, o caminho tá livre e é seguro. Finalmente. Então, ficamos amigos?...
- música do post: "bom dia tristeza", Maysa
4 comentários:
não tenho certeza se fazer as pazes com a tristeza seja uma boa idéia. eu ainda não sou amiga da minha! se der certo com a tua me avisa, ok?!
beijos!
cuide-se!
aiii tristeza dói
mas ela é essencial à vida.
sem ela, jamais saberíamos o verdadeiro significado de felicidade.
só quem já sofreu demais sabe o valor de um belo sorriso.
=*
Será que essa história de fazer as pazes é uma boa? Não seria melhor continuar na história de "oi, tchau"?
Teu texto ficou parecendo a idéia do "não posso vencer o inimigo, vou me juntar a ele". Tô errada?
Ah, Alex! Aceite ela do jeito que vier, mas apenas pelo tempo necessário. Não é nada legal conviver o tempo inteiro assim. Então, vai ficando indiferente. Duvido que ela insista em permanecer. Daí mais tarde, quando você encontrar a alegria, pede pra ela ficar. E faz uma amizade leal, pra ela vir te acompanhar quando a tristeza resolver aparecer novamente.
:)
Fica bem!
Um beijo.
:*
Bom, quem não tem problemas com a tristeza?! Nem sempre é possivel evitar a dita cuja, mas a gente dá um jeito!
Gostei do seu blog, quero voltar mais vezes. Abraço
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