...não, eu não abandonei o blog. É que essa semana foi - e está sendo - tão, mas tão difícil pra mim que... que não tive ânimo nem coragem pra escrever. Aliás, pra fazer qualquer coisa que fosse. Recebi a pior notícia do mundo. Meu coração, minha alma, meu corpo inteiro está em frangalhos, e justamente num mês (e num ano...) em que achei que as coisas afinal mudariam de vez pra mim. De fato mudaram - só que pra pior, bem pior, ruim até não poder mais. O que você faria se soubesse que a sua vida está por um triz? O que faria se, de uma hora pra outra (pra ser mais exato, 24 horas), tudo mudasse pra você, te obrigando a encarar tudo de maneira diferente, como se fosse pela última vez? Como você reagiria se se desse conta de que até as coisas mais banais, mais comuns do cotidiano, agora são risco pra sua saúde, pra sua vida? e que isso é pra sempre. Ou melhor, pra sempre não, mas até o dia em que morrer... Tudo bem, ninguém aqui é ingênuo, todo mundo vai mesmo morrer um dia ou outro. Porém, ao saber que esse "fim" está logo ali, ao dobrar a esquina, prestes a dar de cara com você, a coisa toda se torna muito mais apavorante. Eu tô apavorado. Reli o último post que coloquei aqui. Antes de tudo acontecer. Ainda não acredito como tudo pode ter mudado assim tão de repente, tão sem avisos, alarmes, sinais. Há um mal por dentro de mim que, mesmo quando eu ainda tinha esperanças, desejos e objetivos, já me corroía. Descobri que eu mesmo sou meu veneno - o que fazer, então, quanto a isso? Não dá pra mudar, não dá pra correr... me lembrei daquele troço idiota que todo mundo diz, incrustado como sujeira grossa no nosso inconsciente coletivo: "se correr, o bicho pega. Se ficar, o bicho come". A diferença é que mesmo o óbvio no meu caso tanto faz - o bicho está dentro de mim, o bicho sou eu mesmo. Sim, tive vontade de acabar com tudo, isso já me passou pela cabeça. Mas há uma nesga, um rastro ínfimo e louco de teimosia que não me deixa fazer isso, que me grita pra lutar mesmo contra todos os prognósticos (e diagnósticos também) nada favoráveis, que me diz pra aproveitar a vida a cada dia em seu máximo, como se cada um dos segundos que passam fosse na verdade o último. Enquanto essa força - menos e menos forte, reconheço - resistir dentro de mim, lutando contra o monstro que me consome, juro que lutarei. Pelo menos não espero nada de pior nesse ano - ou nessa vida, eu que agora me forço a acreditar que aqui ainda não é o fim, e que nem tudo está perdido. Até quando agüentarei? Não faço a mínima idéia. Amanhã, daqui a uma semana, duas, um mês, alguns outros - hoje mesmo. Não sei. E a maior ironia disso tudo é que sempre tive medo de envelhecer, sempre disse que queria morrer jovem. Pronto, está feito. Alguma fada cruel ou um duende maluco deve ter escutado o meu "desejo" e o realizou. Ao acordar do meu último pesadelo, nunca poderia imaginar que a realidade seria ainda pior e mais sombria. Agora já não durmo mais. Vivo com dor, agonia e desespero. O ano mal começou e a minha vida... mas a minha vida já terminou...
- música do post: "stormy weather", Etta James
3 comentários:
espera, calma
você está me assustando.
calma calma
seja lá o que for, não vale a pena esquentar a cabeça.
quando algo nos acontece, por pior que seja, é por um motivo bom e justo. eu acredito que os males vêm para o bem, e que apesar de o mundo ser feio e horrível, a vida continua linda. e vale muito à pena.
boa sorte e melhorasssssss.
menino! o que tá acontecendo! sério, fiquei preocupada contigo!
se precisar conversar: mandi_bia@hotmail.com (MSN)
te cuida!
beijos!
Alex, o que houve? Fiquei agora sem saber se você está usando de analogia, ou está jogando pra fora as coisas da maneira mais crua possível. De qualquer maneira, fiquei preocupada. Você tá bem? Precisando conversar? Me avisa qualquer coisa.
Por pior que as coisas possam estar sendo, é nos lugares mais inacreditáveis que encontramos um motivo pelo qual resolver tocar adiante. E teu mundo tem tudo a ver com isso.
Um abraço, e precisando dar uns gritos, sou toda ouvidos.
:)
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