10.1.09

a cada 1, seu inferno pssoal

...parece que uma tramóia dos astros se forma para que tudo se desarranje uma vez mais. Quando as coisas parecem estar no caminho certo, descarrilam feito aquela receita de bolo complicadíssima que só a vovozinha acredita que a Ana Maria sabe fazer. De qualquer jeito, ainda arrumo ânimo pra fazer piadinhas. Por quê? ah, porque o tempo passa, o tempo voa, e, por mais que a poupança do Bamerindus não esteja mais numa boa, nada é tão grave que não possa ser remediado (tá, eu sei que tô passando dos limites, misturando agora piadinhas sem graça e sem referência a frases da vovozinha...). Talvez eu esteja com sono. Talvez apenas confuso. Ou mesmo atordoado com os últimos acontecimentos. Que acontecimentos? Bom, na minha vida, nenhum, o que é algo angustiante pra quem há 4 dias espera um telefonema, um sinal de vida, uma nesga de voz de uma esperança que se esvai mais e mais a cada segundo. E também pelas pessoas à minha volta, que passam pelo mesmo dilema. Claro, há variações, sempre há, mas é como aquelas de adaptação de certos destinos finitos, do tipo Romeu e Julieta ter se transfigurado em West side story (e não me entendam mal, não é nada contra o sotaque latino forçado da Natalie Wood e eu até gosto de "Somewhere" na versão e voz da Barbra Streisand...), mas é algo à la Frankenstein, uma coisa que não se encaixa, composto de partes difusas e costuradas feito boneca de pano - só que essa Emília sai muda e sem sal... Bom, o que quero dizer é que, por ignorarmos aquela voz interna que todos temos (sim, admitam, todos temos), acabamos por nos enrolar nós mesmos no novelo que tecemos. Sabe aquela intuiçãozinha que você de vez em quando repele com um desdém de "ai, que bobagem!"??? Pois é, ela é a mesma que poderia te tirar de muitas roubadas nessa vida, pois, apesar de os neurônios estarem no cérebro, agimos com o coração, e, mesmo aprendendo nas primeiras aulas de ciência da escolinha que o coração não manda em nada, que é apenas uma bomba de sangue localizada do lado esquerdo da caixa toráxica (tá, isso a gente aprende um pouco mais tarde...), ainda nos deixamos guiar por ele. Por "isso". Por essa coisa que nos faz agir instintivamente, feito bichos, ignorando os sussurros desesperados de um raciocínio claro, objetivo, e que às vezes chega a berrar pra ti que vai dar merda, que você e só você vai sofrer ao final, que as coisas não acabam como nas novelas... Será? Não é possível... não dá pra acreditar que seja só isso, deve ter algo mais, alguma explicação divina, estratosférica ou mesmo extraterrestre. Fantástica, sobrenatural, quem sabe... Não posso, não podemos ser tão tolos, não é mesmo? Afinal de contas, deve ser como a vovozinha fala: a cada um, seu inferno pessoal. E que nos conformemos...

- música do post: "ouça", Maysa

Um comentário:

Ana Paula Vieira disse...

concordo com vc, cd um tem seus problemas q pra si sao enormes, não adianta ficar comparando pq os meus problemas sempre serão maiores q os seus e vice-versa
hehe


bjssss